Vou retornar em um novo Blog, "Uns fiapos da Meada" mas agora tentarei concentrar minha atenção em algum dos principais temas objeto de notícias do dia.
Observarei a cobertura do tema em alguns dos principais jornais e blogs do Brasil.
Se vc tiver algum tema interessante para propor, sinta-se a vontade.
http://unsfiaposdemeada.blogspot.com/
sábado, 14 de maio de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
LA MER
Eu me questionaria por estar vivendo como eu vivo...
mas meus argumentos sempre seriam limitados e minhas atitudes sinceras...
Se me resta contar com meu próprio pensamento equivocado, talvez metade de todas as responsabilidades pertençam à vida...
No meio do mar, numa janganda à vela, meu único poder é escolher qualquer direção e dar tapinhas inúteis na água, competindo com as grandes e potentes ondas do mar. Meus braços se cansaram... O sol é brilhante e o céu azul... Me deito e observo as gaivotas. E que o mar da vida me guie... (patriko e putana)
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
D e s p a l a v r a
Hoje eu atingi o reino das imagens, o reino da despalavra/daqui vem que todas as coisas podem ter qualidades humanas./daqui vem que todas as coisas podem ter qualidades de pássaro./ daqui vem que todas as pedras podem ter qualidades de sapo./ daqui vem que todos os poetas podem ter qualidades de árvore./ daqui vem que os poetas podem arborizar pássaros.
*daqui vem que todos os poetas podem humanizar as águas./ daqui vem que os poetas devem aumentar o mundo com suas metáforas./ que os poetas podem ser pré-coisas, pré-vermes, podem ser pré-musgos.
*daqui vem que os poetas podem compreender o mundo sem conceitos./ que os poetas podem refazer o mundo por imagens, por eflúvios, por afetos.
[Manoel de Barros]
*daqui vem que todos os poetas podem humanizar as águas./ daqui vem que os poetas devem aumentar o mundo com suas metáforas./ que os poetas podem ser pré-coisas, pré-vermes, podem ser pré-musgos.
*daqui vem que os poetas podem compreender o mundo sem conceitos./ que os poetas podem refazer o mundo por imagens, por eflúvios, por afetos.
[Manoel de Barros]
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Divina Normalidade
Caía a chuva hoje de manhã, os pássaros cantavam indiferentes a correia e agitação dos que batalham o futuro. Barulho de carros, buzinas, cachorro rasgando o saco do lixo em busca do alimento. Dois homens conversando sobre a peça do caminhão que lhes deram dor de cabeça no dia anterior. Uma mulher pensativa carregando um litro de leite em uma sacolinha de plástico. A água escorrendo suja no meio fio do passeio. Uma bunda bonita de mulher, um belo arranjo de flor na janela, o cheiro de suor misturado com o molhado da chuva no corpo dos que faziam a caminhada desprevenidos, uma Kombi enferrujando na chuva.
Passando pela Ponte do Bezerrão, enquanto o real da realidade me assaltava, senti sua presença suprema aparentemente ausente nisso tudo. Fechei os olhos e me brotou no rosto um sorriso de contentamento.
Passando pela Ponte do Bezerrão, enquanto o real da realidade me assaltava, senti sua presença suprema aparentemente ausente nisso tudo. Fechei os olhos e me brotou no rosto um sorriso de contentamento.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Natimorto
A 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes, nos trouxe uma grata surpesa. Surpresa pra mim, ao menos, que não conhecia o trabalho do escritor, quadrinista e, há algum tempo, ator Lourenço Mutarelli. Me refiro ao filme Natimorto, entusiasmadamente aplaudido pleos que o assistiram na Tenda à noite do dia 24/01. Estranhamente o filme não foi escolhido enttre os grandes vencedores, nem pela crítica, nem pelo juri popular.
O filme, a exemplo de “O Cheiro do Ralo” é uma adaptação de um romance de Mutarelli. “Natimorto” já havia sido convertido em peça teatral em 2007, antes de chegar ao cinema pelas mãos do diretor Paulo Machline.
A trama conta com apenas três personagens – um, por assim dizer, caça-talentos, o Agente, vivdo pelo prórpio Lourenço Mutrarelli; uma cantora lírica (Simone Spoladore) e a mulher do agente (Betty Gofman). Mutarelli já havia feito pontas em filmes como “O Cheiro do Ralo” e “É Proibido Fumar”, entretanto, sua atuação como protagonista em “Natimorto” é surpreendente. É bem provável que muitos criticos manifestem opiniões contrárias, mas o jeito com que encarnou o Agente foi adimirável pela forma simples, sem grnde excessos, mas não destituída de emoção. Talvez, assim tenha sido pois ele , de alguma forma, já tinha “vivdo” a personagem.
A forma como é construída lingüísticamente a trama é única e digna de aclamação. Na história um Agente encontra uma cantora lírica a quem elege como musa, voz pura que só ele poderia compreender. Ao perguntar se ela ‘ainda’ fumava, o Agente expõe sua opção por ser fumante convicto e mais, fala de uma relação entre as imagens da propaganda anti-tabagistas dos maços de cigarro e os Arcanos maiores do tarô. Assim, pelas asquerosas imagens contidas em cada maço de cigarros seria possível prever o futuro, pelo menos do dia. Ele compara, por exemplo, a figura do homem que, não conseguindo respirar, afrouxa sua gravata com a do Enforcado. Isso seduz de imediato a cantora que, num jogo de humor do autor, diz por mais de uma vez que ele deveria escrever um livro. Mas o Agente não tem intenção de escrever um livro para os outros lerem. Pela ‘leitura’ dos maços de cigarros ele escreve e dá significado a sua vida, construindo o possível destino para seu dia.
É dessa maneira que o Agente propõe a cantora viverem sós num quarto de hotel. Ele não teria que enfrentar a sua mulher, com quem tinha péssima relação, nem o mundo em geral, podendo sua musa eleita, da mesma forma, se livrar das vaias e tomates do público. E para garantir a conclusão de sua proposta ele faz questão de se dizer assexuado, ou pelo menos, com o intuito de assim ser. Inicialmente a relação parecia perfeita – aliás como quase toda relação quando se inicia. A leitura diária das imagens do cigarro e a construção de um destino único para os dois, isolados do mundo aparentemente seria a vida ideal. Mas as coisas se desarranjam na medida em que a cantora quer ter uma vida além da vida no apartamento.
O filme pode ser visto, dentre outras possibilidades, como uma alegoria da vida e do amor romântico. O Agente elege uma musa a quem somente ele compreenderia e a partir dela e da leitura dos “Arcanos” constrói significado pra sua vida sem sentido. Através da figura do Natimorto isso fica, talvez, mais evidente, pois o feto que não veio a vida fora do útero teve uma vida ideal, desprovida de sofrimentos. Assim também é a busca do Agente, uma vida distanciada dos sofrimentos. Por isso ele elege um ideal – sua musa –a quem, curiosamente só ele entenderia e daria o ‘verdadeiro’ valor. No entanto, a fuga do sofrimento, como já foi versado por diversas filosofias orientais, só incorre no prórpio sefrimento.
Sem querer contar o desfecho, fica aqui a sugestão para que assistam a esse excelente filme e tirem suas próprias conclusões. Longe de conter uma única interpretação esse filme – como toda obra, aliás – enseja múltiplos significados. E como o própro Agente, cada um constrói seus prórprios sentidos.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Revistas e Jornais, blogs e sites
Há uma década atrás, vivendo na Paulicéia Desvairada, uma vez por mês sofria um golpe cultural e, sobretudo, político, ao ler a revista Caros Amigos.
Não sei a quantas anda a publicação (na minha cidade atual, não há uma morta banca de jornais em que chegue a revista e no site da internet, eu posso apenas ler algumas matérias livres), mas, para quem lia durante todo o mês o Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo, ler aquelas matérias era uma forma de abrir os olhos para a diferença e diversidade cultural – para usar palavras brandas e politicamente corretas – e, principalmente, para considerar a forma como dados são manipulados decaradamente e informações distorcidas.
Quantas vezes me pegava relendo uma matéria do jornal diário ou revista semanal para tentar encontrar em que parte da notícia estavam os dados que levavam aos títulos bombásticos e as conclusões tautológicas.
Entretanto, ao mesmo tempo em que viver em uma cidade do interior praticamente impossibilita o acesso a algumas revistas, que não são distribuídas (e aqui surge outra questão para outro momento), a internet possibilita uma democratização do conhecimento inimaginável há algumas décadas, ou há uma década atrás.
Destaco só alguns sites e blogs que merecem leitura, ao menos semanal, pois possibilitam ao leitor estabelecer uma forma de ler o mundo político-econômico-cultural de uma forma diversificada: Observatório da Imprensa, Blog do Luis Nassif, Vi o mundo, Vermelho, Carta Maior, Carta Capital, Cloaca News, Brasília eu vi, Conversa Afiada, FBI – Festival de Besteira na Imprensa, e tantos outros, como a Caros Amigos, não esqueço.
Velhos e rançosos tempos aqueles em que – para ter uma percepção mínima da pluralidade do mundo – possuía poucas alternativas, dependendo de distribuidoras que, muitas vezes, estavam e estão ainda mais associadas aos grandes grupos midiáticos (vide o acordo de distribuição entre Estadão e Folha, em São Paulo).
Não sei a quantas anda a publicação (na minha cidade atual, não há uma morta banca de jornais em que chegue a revista e no site da internet, eu posso apenas ler algumas matérias livres), mas, para quem lia durante todo o mês o Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo, ler aquelas matérias era uma forma de abrir os olhos para a diferença e diversidade cultural – para usar palavras brandas e politicamente corretas – e, principalmente, para considerar a forma como dados são manipulados decaradamente e informações distorcidas.
Quantas vezes me pegava relendo uma matéria do jornal diário ou revista semanal para tentar encontrar em que parte da notícia estavam os dados que levavam aos títulos bombásticos e as conclusões tautológicas.
Entretanto, ao mesmo tempo em que viver em uma cidade do interior praticamente impossibilita o acesso a algumas revistas, que não são distribuídas (e aqui surge outra questão para outro momento), a internet possibilita uma democratização do conhecimento inimaginável há algumas décadas, ou há uma década atrás.
Destaco só alguns sites e blogs que merecem leitura, ao menos semanal, pois possibilitam ao leitor estabelecer uma forma de ler o mundo político-econômico-cultural de uma forma diversificada: Observatório da Imprensa, Blog do Luis Nassif, Vi o mundo, Vermelho, Carta Maior, Carta Capital, Cloaca News, Brasília eu vi, Conversa Afiada, FBI – Festival de Besteira na Imprensa, e tantos outros, como a Caros Amigos, não esqueço.
Velhos e rançosos tempos aqueles em que – para ter uma percepção mínima da pluralidade do mundo – possuía poucas alternativas, dependendo de distribuidoras que, muitas vezes, estavam e estão ainda mais associadas aos grandes grupos midiáticos (vide o acordo de distribuição entre Estadão e Folha, em São Paulo).
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Imagem
Sou Barroca de nascença
De almas múltiplas.
Tríplice Aliança.
Réplica, súplica.
Sigo imaculada.
Minha Trindade não é Santa,
nem eterna.
Movimenta-se como as areias do Deserto.
Minhas verdades revestem-se de estranhas máscaras.
Tão contraditórias verdades.
Sou de barro.
Maleável.
Tridimensional.
Metamórfica.
Peco por não ser única.
Eu mesma.
Trindade que se desdobra.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Tende piedade desses tantos nós.
De almas múltiplas.
Tríplice Aliança.
Réplica, súplica.
Sigo imaculada.
Minha Trindade não é Santa,
nem eterna.
Movimenta-se como as areias do Deserto.
Minhas verdades revestem-se de estranhas máscaras.
Tão contraditórias verdades.
Sou de barro.
Maleável.
Tridimensional.
Metamórfica.
Peco por não ser única.
Eu mesma.
Trindade que se desdobra.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Tende piedade desses tantos nós.
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