domingo, 17 de janeiro de 2010

Em http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/, Luis Nassif afirma que o Brasil carece de grandes interpretes na contemporaneidade. Eu sempre me faco uma pergunta: como surgiriam grandes interpretes, depois da fragmentação do conhecimento ditada pelo posestruturalismo/pos-modernismo, do fim dos meta-recits e do fim da historia. Ha, praticamente, interdição aas explicações.

O questionamento das verdades tidas como universais e das explicações totalizantes, praticamente inviabiliza, na academia (de onde os grandes interpretes do século XX falavam), a possibilidade de uma obra que procure delinear “os traços essenciais do país em cada época”.

Alguns pensadores europeus e norte-americanos almejaram uma explicação mais ampla, observando as variáveis culturais, políticas, econômicas, diplomáticas, sociais e antropologicas, a exemplo de Fredrick Jameson e Eric Hobsbawn. Marxistas, como o eram alguns dos grandes interpretes citados por Nassif.

Com o “fim da historia” e a “morte de Marx” ( pois a criança parece ter sido jogada fora com a água suja), fica difícil pensar em um modelo explicativo que deixe de tratar de questões isoladas (quer seja de gênero, étnicas, classistas). Um modelo que buscasse compreender a sociedade brasileira de forma complexa e transeccional.

Por mais que se pregue a transdisciplinaridade, ela parece não implicar em uma explicação, no mínimo, satisfatória da realidade material e simbólica que nos cerca.

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