sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

D e s p a l a v r a

Hoje eu atingi o reino das imagens, o reino da despalavra/daqui vem que todas as coisas podem ter qualidades humanas./daqui vem que todas as coisas podem ter qualidades de pássaro./ daqui vem que todas as pedras podem ter qualidades de sapo./ daqui vem que todos os poetas podem ter qualidades de árvore./ daqui vem que os poetas podem arborizar pássaros.
*daqui vem que todos os poetas podem humanizar as águas./ daqui vem que os poetas devem aumentar o mundo com suas metáforas./ que os poetas podem ser pré-coisas, pré-vermes, podem ser pré-musgos.
*daqui vem que os poetas podem compreender o mundo sem conceitos./ que os poetas podem refazer o mundo por imagens, por eflúvios, por afetos.

[Manoel de Barros]

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Divina Normalidade

Caía a chuva hoje de manhã, os pássaros cantavam indiferentes a correia e agitação dos que batalham o futuro. Barulho de carros, buzinas, cachorro rasgando o saco do lixo em busca do alimento. Dois homens conversando sobre a peça do caminhão que lhes deram dor de cabeça no dia anterior. Uma mulher pensativa carregando um litro de leite em uma sacolinha de plástico. A água escorrendo suja no meio fio do passeio. Uma bunda bonita de mulher, um belo arranjo de flor na janela, o cheiro de suor misturado com o molhado da chuva no corpo dos que faziam a caminhada desprevenidos, uma Kombi enferrujando na chuva.
Passando pela Ponte do Bezerrão, enquanto o real da realidade me assaltava, senti sua presença suprema aparentemente ausente nisso tudo. Fechei os olhos e me brotou no rosto um sorriso de contentamento.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Natimorto


A 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes, nos trouxe uma grata surpesa. Surpresa pra mim, ao menos, que não conhecia o trabalho do escritor, quadrinista e, há algum tempo, ator Lourenço Mutarelli. Me refiro ao filme Natimorto, entusiasmadamente aplaudido pleos que o assistiram na Tenda à noite do dia 24/01. Estranhamente o filme não foi escolhido enttre os grandes vencedores, nem pela crítica, nem pelo juri popular.
O filme, a exemplo de “O Cheiro do Ralo” é uma adaptação de um romance de Mutarelli. “Natimorto” já havia sido convertido em peça teatral em 2007, antes de chegar ao cinema pelas mãos do diretor Paulo Machline.
A trama conta com apenas três personagens – um, por assim dizer, caça-talentos, o Agente, vivdo pelo prórpio Lourenço Mutrarelli; uma cantora lírica (Simone Spoladore) e a mulher do agente (Betty Gofman). Mutarelli já havia feito pontas em filmes como “O Cheiro do Ralo” e “É Proibido Fumar”, entretanto, sua atuação como protagonista em “Natimorto” é surpreendente. É bem provável que muitos criticos manifestem opiniões contrárias, mas o jeito com que encarnou o Agente foi adimirável pela forma simples, sem grnde excessos, mas não destituída de emoção. Talvez, assim tenha sido pois ele , de alguma forma, já tinha “vivdo” a personagem.
A forma como é construída lingüísticamente a trama é única e digna de aclamação. Na história um Agente encontra uma cantora lírica a quem elege como musa, voz pura que só ele poderia compreender. Ao perguntar se ela ‘ainda’ fumava, o Agente expõe sua opção por ser fumante convicto e mais, fala de uma relação entre as imagens da propaganda anti-tabagistas dos maços de cigarro e os Arcanos maiores do tarô. Assim, pelas asquerosas imagens contidas em cada maço de cigarros seria possível prever o futuro, pelo menos do dia. Ele compara, por exemplo, a figura do homem que, não conseguindo respirar, afrouxa sua gravata com a do Enforcado. Isso seduz de imediato a cantora que, num jogo de humor do autor, diz por mais de uma vez que ele deveria escrever um livro. Mas o Agente não tem intenção de escrever um livro para os outros lerem. Pela ‘leitura’ dos maços de cigarros ele escreve e dá significado a sua vida, construindo o possível destino para seu dia.
É dessa maneira que o Agente propõe a cantora viverem sós num quarto de hotel. Ele não teria que enfrentar a sua mulher, com quem tinha péssima relação, nem o mundo em geral, podendo sua musa eleita, da mesma forma, se livrar das vaias e tomates do público. E para garantir a conclusão de sua proposta ele faz questão de se dizer assexuado, ou pelo menos, com o intuito de assim ser. Inicialmente a relação parecia perfeita – aliás como quase toda relação quando se inicia. A leitura diária das imagens do cigarro e a construção de um destino único para os dois, isolados do mundo aparentemente seria a vida ideal. Mas as coisas se desarranjam na medida em que a cantora quer ter uma vida além da vida no apartamento.
O filme pode ser visto, dentre outras possibilidades, como uma alegoria da vida e do amor romântico. O Agente elege uma musa a quem somente ele compreenderia e a partir dela e da leitura dos “Arcanos” constrói significado pra sua vida sem sentido. Através da figura do Natimorto isso fica, talvez, mais evidente, pois o feto que não veio a vida fora do útero teve uma vida ideal, desprovida de sofrimentos. Assim também é a busca do Agente, uma vida distanciada dos sofrimentos. Por isso ele elege um ideal – sua musa –a quem, curiosamente só ele entenderia e daria o ‘verdadeiro’ valor. No entanto, a fuga do sofrimento, como já foi versado por diversas filosofias orientais, só incorre no prórpio sefrimento.
Sem querer contar o desfecho, fica aqui a sugestão para que assistam a esse excelente filme e tirem suas próprias conclusões. Longe de conter uma única interpretação esse filme – como toda obra, aliás – enseja múltiplos significados. E como o própro Agente, cada um constrói seus prórprios sentidos.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Revistas e Jornais, blogs e sites

Há uma década atrás, vivendo na Paulicéia Desvairada, uma vez por mês sofria um golpe cultural e, sobretudo, político, ao ler a revista Caros Amigos.
Não sei a quantas anda a publicação (na minha cidade atual, não há uma morta banca de jornais em que chegue a revista e no site da internet, eu posso apenas ler algumas matérias livres), mas, para quem lia durante todo o mês o Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo, ler aquelas matérias era uma forma de abrir os olhos para a diferença e diversidade cultural – para usar palavras brandas e politicamente corretas – e, principalmente, para considerar a forma como dados são manipulados decaradamente e informações distorcidas.
Quantas vezes me pegava relendo uma matéria do jornal diário ou revista semanal para tentar encontrar em que parte da notícia estavam os dados que levavam aos títulos bombásticos e as conclusões tautológicas.
Entretanto, ao mesmo tempo em que viver em uma cidade do interior praticamente impossibilita o acesso a algumas revistas, que não são distribuídas (e aqui surge outra questão para outro momento), a internet possibilita uma democratização do conhecimento inimaginável há algumas décadas, ou há uma década atrás.
Destaco só alguns sites e blogs que merecem leitura, ao menos semanal, pois possibilitam ao leitor estabelecer uma forma de ler o mundo político-econômico-cultural de uma forma diversificada: Observatório da Imprensa, Blog do Luis Nassif, Vi o mundo, Vermelho, Carta Maior, Carta Capital, Cloaca News, Brasília eu vi, Conversa Afiada, FBI – Festival de Besteira na Imprensa, e tantos outros, como a Caros Amigos, não esqueço.
Velhos e rançosos tempos aqueles em que – para ter uma percepção mínima da pluralidade do mundo – possuía poucas alternativas, dependendo de distribuidoras que, muitas vezes, estavam e estão ainda mais associadas aos grandes grupos midiáticos (vide o acordo de distribuição entre Estadão e Folha, em São Paulo).

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Imagem

Sou Barroca de nascença
De almas múltiplas.
Tríplice Aliança.
Réplica, súplica.
Sigo imaculada.

Minha Trindade não é Santa,
nem eterna.
Movimenta-se como as areias do Deserto.
Minhas verdades revestem-se de estranhas máscaras.
Tão contraditórias verdades.

Sou de barro.
Maleável.
Tridimensional.
Metamórfica.

Peco por não ser única.
Eu mesma.
Trindade que se desdobra.

Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Tende piedade desses tantos nós.

Oportunidades oferecidas...

Mas o espírito por nada pede.


Não imaginar-se fazendo um caminho que não é seu.


Nos últimos tempos algo incomoda.


Passar pelos dias que parecem iguais...


Normalidade e a tranqüilidade pesam para o espírito

que ainda não abriu os olhos.


Num tempo atrás, buscaram refúgio na distração...

Mas hoje, os dias passam por através...

E sente que algo se desintegra a medida que as coisas fluem.

É aquilo que não deixa ver a vida como ela é.



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

“O viajante árabe é totalmente diferente de nós.”(...)

“O viajante árabe é totalmente diferente de nós. O trabalho de se mover de lugar para lugar é um mero incômodo pra ele, ele não sente prazer com o esforço, e resmunga de fome ou fadiga com todas as suas forças. Nunca persuadiremos um oriental de que , apeado de seu camelo, é possível ter algum outro desejo que não seja acocorar-se em cima de um tapete(isterih), fumando e bebendo. Além do mais, o árabe fica pouco impressionado pela paisagem”

Incapaz de ler sem expor minha condição parcial de ser um leitor informado pela teoria pós-colonial, considero que o texto citado expressa aquela velha e generalizante perspectiva orientalista de construir o outro no mundo e o mundo dos outros como parte de uma diversidade a qual deveriam ser levadas as luzes da razão, da ciência e do modelo econômico liberal.
Não precisamos ir muito longe para ler outros textos com tal perspectiva imperialista, pois a representação (e se trata de uma representação, do processo de construção de uma imagem do outro de nossa cultura que se torna generalizada [ou será que o texto reproduz uma idéia já generalizada]) do árabe se assemelha, deveras, a representaçao clássiva do baiano (ou do indio indolente, no período colonial e ainda hoje). Quando este baiano é representado no seu modelo tradicional e essencialista.
"ele não sente prazer com o esforço, e resmunga de fome ou fadiga com todas as suas forças".
Lembro-me de relato de uma pesquisadora que analisava os arquivos de JOrge Amado, na casa Jorge em Salvador, e que teve o acesso aos arquivos proibidos.
A justificativa é que o setor específico do arquivo em que ela estava a pesquisar seria reformado, só esse setor.
O mais curioso é que sua pesquisa tinha como objetivo nos apresentar uma versão outra do escritor Jorge Amado, bem diferente daquele senhor gordo e bonachão, que, de certa forma, associamos ao Baiano.
Será que minha digressão acaba por ser parcial e preconceituosa acerca do processo de construção das identidades - nacionais ou regionais.
Contudo, em tempos de imperialismo americano e de demonização do mundo árabe [Nossa, mas este texto esta sem a mínima objetividade científica, pois mistura árabes, baianos, índios, indianos, negros, mulheres (ops, estes três não haviam nem sido citados ainda, é melhor eu parar], a representação do árabe não deixa de ser uma outra forma de construir o outro e justificar o processo civilizador, imperialista e colonizador.
HTTP://brasiliandando.blogspot.com
(Obrigado a Simone pelo acesso ao texto do escritor inglês)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A escrita e a web (?) - versão 2

A escrita em tempos de e-mails, blogs, orkus, twitter e afins quase sempre necessita ser produzida com rapidez, brevidade e objetividade – por mais que seja pessoal e íntima. Com isso, surge em mim certa crença de que a pressa e a superficialidade associasse a web. Certa nostalgia, talvez, das velhas cartas escritas na Remington portátil que o Seu Mateus e a D. Alzira me deram de presente quando fiz doze anos.
Primeiro havia a necessidade de rascunhar a mão, depois datilografava – com bastante calma, para não ter que recomeçar tudo de novo [Ah! Que alegria não ter que ouvir mais aquele disparo, quando, em uma carreira, a máquina pulava alguns espaços e me fazia errar]. Assim, a paciência era atributo essencial para não perder o fio da meada.
Naqueles tempos que não me eram pós-modernos, minhas idéias (selvagens e vivas) precisavam de controle para que não perdesse o caminho que delineara. Não tinham autorização para vagarem e errarem por lugares desconhecidos, sem curatela. Hoje (relativamente controladas, domesticadas e mortas), ela já podem sair de casa e procurar novos caminhos, pois, estéreis, quase nunca trazem riscos para mim e menos ainda para outros.
No entanto, voltemos ao assunto e paremos com esta digressão nostálgica. Afinal, o assunto era para ser, do início ao cabo, a pressa da escrita e a dificuldade de reservar tempo para refletir e escrever com paciência. O risco que hoje me assombra é twitterianamente tornar-me excessivamente rápido e, ao mesmo tempo, rasteiro.
Nessa pressa, há o constante risco de adesão ao “fast-thinking”, com a produção em massa de respostas prontas e padronizadas, para problemas e questões originais, ou no mínimo que precisam ser repensadas a partir de novos padrões. Nesse processo, produzir textos com afobação – que relaciono a mídia (como uma forma de defesa) – e desespero de falar (para quem?).


Ontem enquanto seguia de volta para casa, me peguei tocando com as mãos o mato crescido ao longo do passeio. Mudei meu trajeto e fui por outro caminho para ver uma Brasília verde que estava a venda. Enquanto isso, me passou pela cabeça que eu não tinha para onde ir, que não precisava chegar a tempo de nada. Que era só mesmo aquele momento...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010



O que daria mais valor ao suco

que está pela metade em uma

vasilha na porta da geladeira

se não você?


sábado, 30 de janeiro de 2010

O que Avatar e 2012 têm em comum?

Ambos são filmes ecológicos.
Contudo, 2012 é uma distopia, ao estilo dos filmes catástofre (O dia depois de amanhã), que procura demonstrar, pelo exemplo da tragédia e do caos, as conseqüências da relação parasitaria e depredadora do ser humano com o seu ambiente.

Já Avatar surge como uma utopia, que expressa o sonho da integração simbiótica entre humanóides e natureza. Simbiose presente em todo o filme (na relação entre os na’vi e seu planeta, na união de todos os nativos, de todas as espécies, para vencer o inimigo terráqueo) e explícita na simbiose entre na’vis e humanos. Uma utopia que se assemelha muito a Matrix (mas esta relação entre Avatar e Matrix, que pode ser um dos fatores a explicar o sucesso retumbante do longa de Cameron e da Trilogia dos Irmãos Wachowski).

Em um momento em que acordos ambientais e climáticos globais parecem cada vez menos plausíveis e possíveis (devido a interesses singulares de estados desenvolvimentistas e corporações espoliativas), a utópica e simbiose parece ser o que mais da esperanças a mais e mais pessoas ao redor do globo, que vão ao cinema para vivenciar, pelo menos na ficção, uma integração homem/natureza.

Divisas

A parede e a porta.
O muro e o portão.
A cerca. O chão.
O mar.
Sua mão.

Entre nós, o nó.
Inventado há muito.
Vejo você da areia.

O mesmo mar que nos separa,
liga-nos inevitavelmente.
O avesso, não é imperfeito.
O avesso, não existe.
É o mesmo.

Pode me dar sua mão?

Vejo você da areia.
Pode me ver?

A porta, parede.
Ponte e cerca.

Entre nós, o nó
Inventado há muito.

A lenda diz: há os de lá e os de cá.
Onde está? Onde estou?
Entre nós, o mar... e o nó.

Mas há você e eu.
E a ponte, e a porta, e o mar...

Percepção

O sonho é um susto. Ou a sensação de susto.
A vida é só isso. Um sobressalto que provoca um frio na barriga.
Um sonho.
A adrenalina irreal desse tempo infinitesimal... mal se descarrega nesse corpo (vivo?) que ora ocupo.
E me assusta.
Enquanto isso, vou sonhando.

Up in the air - Amor sem Escalas

“Imagine que tudo que você possui caiba em uma mochila”. Esse é um desafio que Mr. Ryan Binham propõe.
Interpretado por George Clooney, em “Up in the air”, sofrivelmente traduzido como “Amor sem escala”, esse senhor de meia-idade é o nômade pós-moderno por excelência.
Desde o início do filme, Binham é aquele que erra constantemente; não se vincula a pessoas, coisas ou lugares; dribla a crise global de desemprego e as novas relações trabalhistas internacionais; flana em meio às restrições cada vez mais rígidas aos viajantes, nos aeroportos internacionais.
Nesse processo, o Hilton Hotel, a companhia aérea na qual completa 10,000,000 de milhas de vôo e os Aeroportos são os únicos lugares em que se sente em casa, entre belas comissárias de bordo; gigantescos seguranças; scanners e; vistorias (em que precisa retirar roupas e sapatos e expor todos os seus pertences).
Se após a metade do filme, a narrativa parecer começar a se tornar uma comédia romântica, tente suportar o retorno para casa e para a família de Ryan Binham, vale a pena.

Hall, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade

Em A Identidade cultural na Pós-Modernidade (2003), Stuart Hall busca avaliar se estaria ocorrendo uma crise com a identidade cultural, em que consistiria tal crise e qual seria a direção da mesma em momento pós-moderno.

Para efetivar tal intento, analisa o processo de fragmentação do indivíduo moderno enfatizando do surgimento de novas identidades, sujeitas agora ao plano da história, da política, da representação e da diferença.

A preocupação de Hall também se volta para o modo como haveria se alterado a percepção de como seria concebida a identidade cultural. Todos esses aspectos constituem-se como fases de um procedimento analítico que intenta descrever o processo de deslocamento das estruturas tradicionais ocorrido nas sociedades modernas, assim como o descentramento dos quadros de referências que ligavam o indivíduo ao seu mundo social e cultural. Tais mudanças teriam sido ocasionadas, na contemporaneidade, principalmente, pelo processo de globalização.

A globalização alteraria as noções de tempo e de espaço, desalojaria o sistema social e as estruturas fixas e possibilitaria o surgimento de uma pluralização dos centros de exercício do poder. Quanto ao descentramento dos sistemas de referências, Hall considera seus efeitos nas identidades modernas, enfatizando as identidades nacionais, observando o que gerou, quais as formas e quais as conseqüências da crise dos paradigmas do final do século XX.

continua...

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Faça um comentário sobre o texto, gostou, nao, porquê?

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomáz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP &A. 2003. 7ª ed. ou reimpressão.

Biblioteca flutuante - versão II




Uma idéia brilhante, um projeto falho, um execução desastrosa.
Será que essas afirmações contundentes simplificariam demais o périplo da construção do piso flutuante de mármore da sala multimídia da Biblioteca Nacional de Brasília?

Se a idéia era esta eu não sei, mas gostei de imaginar uma biblioteca multimídia, com um piso que se move ao andarmos. A concepção de leveza e fluidez, associada ao conhecimento disposto na biblioteca, cairia bem num projeto de biblioteca.

No entanto, todavia, entretanto, o projeto parece não ter previsto a imensa necessidade de cabos e conectores de uma sala de multimídia com “quiosques” de computadores.

Na execução, devido a necessidade constante de trocas de cabos e manutenção, o piso que deveria ser leve e flutuante, tornou-se irregular e rangente.
Tudo aquilo de que uma biblioteca necessita.

Além disso, é uma biblioteca que leva o nome de Leonel Brizola (na contra o “caudilho” dos pampas, mas).
Será que algum dos jovens – que parecem estar na faixa dos 25 anos e utilizavam a biblioteca e acessavam a internet, liam revistas e estudavam para concursos e cursos – sabe quem foi Leonel Brizola?
Será que algum dos jovens atendentes, com uma média de idade que deve beirar os 18 anos, já ouviu ou leu algo de/sobre Brizola?

Alem dos rangidos e do nome, há que se comentar também o acesso aos livros: não há.
É uma imensa biblioteca, de três andares, em que os usuários podem “ver”, mas não consultar, caixas e mais caixas empilhadas com livros, incluindo obras raras, em estantes.
Tudo dentro de salas com paredes de vidro. Um conhecimento inacessível.

Com o risco de cair em uma falácia, da relação entre forma e conteúdo, talvez a execução da idéia brilhante tenha refletido a obtuosidade de administradores públicos que ainda não conseguiram inaugurar uma Biblioteca Nacional em Brasília.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter o brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os
de maus hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

À Annek

... aos pouco, aos poucos
perco o susto e o estranhamento primevo
horas perdem minutos
caminhadas objetivas e práticas

a rotina se entranhou, vagarosamente

o andarilho andrajoso
o religioso solitário
o motorista desesperado
tornaram-se comuns

o frio penetrante nas horas tórridas do dia

chegou a hora de partir
findou-se a dança da noite.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Brasília

Não caibo nessas tuas linhas retas.
Não me penduro nessas tuas asas.
Não me aventuro a trilhar essas tuas ruas tão perfeitas.
Sou mais profunda
e muito mais sombria.
Equilibro-me nessa plataforma lúdica de uma modernidade periférica.
Espalho-me por esse planalto de espaços tão perfeitos... Descentralidades
que não me cabem.
Donde estou, não me reconheço em ti.
Espaço louco, espaço fálico
voa sobre tudo. Sobre o norte, sobre o sul do país.
Incita-me a amar. A ti.
Que não cabe em mim.
Que não cabe em si.
Onde estamos, que não nos vemos?
Tu aí, eu aqui.
Nessas asas mortas me debruço enfim. Em mim. Muito mais sombria, enfim.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Uma mulher – com um bebê de menos de 1 ano – pedia esmolas num semáforo da w3 com CLN 510, ao lado do Carrefour. Isso às 11 h da manhã de sábado passado, um dia em que o sol de Brasília estava “rachando mamona”.
Eu ainda pensei se deveria dar-lhe o guarda-chuva (com que me protegia do sol escaldante e que havia comprado por 3 “real”, na Galeria Pajé, em São Paulo) para que ela se protegesse um pouco e à criança, enquanto ela andava entre os carros e eu no passeio.

Ai! Que preguiça. II

Sempre acho que faltam partes essenciais de alguns livros em versões cinematográficas (embora não compartilhe da opinião de que o cinema não consiga transpor para a telona a força da literatura), como aquela de um dos Hobbits [pesquisar: no primeiro dos grandes livros do T., o nome do Hobbit; direitos autorais espirados, mas será que alguém já transformou em marca registrada. Se não, tai a opção] que, ao sair do Condado, questiona: “mas quando será o segundo café da manhã” [conferir e transcrever de acordo com a tradução].
A nutricionista me disse que eu deveria fazer lanches entre as refeições, e não vacilei em seguir seus sábios conselhos.
Ainda bem que não tenho só o segundo café, mas, geralmente, ate um terceiro – sem contar os lanches intermediários da tarde e da noite.
Entretanto admito que indo contra minha natureza de mineiro do interior, luto a quase 15 anos parar de jantar aquela “mexidinha” (do tipo que a Dona Alzira fazia, lá pelos meados dos anos 1990, em Lafaiete).
Mas, voltando a sapiência da nutricionista, que tal uma programação alimentar destas – de que eu sou o único responsável, ela realmente não tem culpa do monstro que acordou.

5 h – Pão na frigideira, torrado no azeite, com queijo Catiara ou mussarela. Um copo de chá preto ou mate, com dois dedos de leite e adoçante (argh!, não vou falar mais sobre esse chato que acompanha o meu dia e me faz poupar algumas calorias, para gastar com coisas mais interessantes).

8 h - Iogurte Activia ™, 100 ml, com um pouco de leite, duas colheres de granola sem açúcar (do mercado municipal de SJDR [preciso lembra de pedir mais para a Mirian, pois já esta acabando]), com uma fatia de pão integral Multigrãos ™, e um pedaço de mamão.

10h00 – Uma barra de cereais, de preferência Trio ™ light (enquanto faço minha caminhada diária de ida para o serviço).

12h – Uns R$ 3,50 a 4,50 de almoço, no restaurante do bloco K (R$8,47 o KG, nem daa para acreditar no preço [se bem que a feijoada de sexta tava com muito caldo e pouco feijão, muita orelha e focinho e pouca carne seca e calabresa, mas quem pode pedir mais por um preço tal convidativo]).

(a longa pausa após o almoço é para fazer a digestão (em Minas, ate o mês passado, eu costumava tomar um leite com angu, as 14h, depois da siesta).

16h05m – um chá ou de camomila, ou canela e mais duas fatias do integral Multigrãos ™, com um pedaço de ou mussarela, ou Catiara, uma fatia de tomate e cebola (uhn!).

18h05m – um cafezinho, com alguns biscoitos água e sal, Levissimo ™, de preferência.

20h15m – uma banana prata (para agüentar o tempo de chegar em casa, tomar banho e ligar pra Mirian[vou ter que comer algo mais “sustentoso”, no segundo lanche da tarde).

21h – repito o café da manhã, mas no lugar do chá eu tomo o suco de uma laranja ou de meio maracujá (sucos naturais, fique bem entendido!) [Embora tenha feito ou uma sopa de legumes com creme de leite, ou uma sopa pronta Vitalie ™, de champignon com parmesão, para variar um pouco, nos últimos 4 dias).

24h – não faço Ceia, mas me acostumei a dar uma fugidinha para tomar um copo de chocolate quente, da Nescau ™, com um pão, da padaria do Big Box ™, da 503 Sul.

Ai é só deitar e dormir o sonodos diabinhos!
hehehe.

“Meu ritual de amor preferido”: “Comer, comer! Comer comer! É o melhor para a barriga crescer, ...”
Vivendo em Brasília nas últimas semanas, entre as questões que me assustam está a ausência de discussões sobre Arruda, depois do auge da crise.

Também, de lá para cá, já ouve duas crises que dominaram a mídia: a crise do PNDH e a tragédia do Haiti.

Em uma sociedade cada vez mais logada, uma crise sucede a outra.

E nessa sucessão, grupos, como o de Arruda, deixam os holofotes e devem estar a festejar.

(Para desenterrar do Baú, quem se lembra dos Anões do Orçamento, das acusações pela compra de votos para Reeleição, do Mensalão e por aí vai - Tempos diversos, crimes dispersos)
Porque xxx critica o YYY por não cumprir uma lei A, enquanto o próprio XXX não cumpre uma lei B e acha que está certo.
Alguém falaria em jogo de identidade, jogo de papéis sociais, lugares de gênero, de classe ou étnicos.
Outrém falaria que todos são cínicos e sem caráter.
Quem dá mais?
Um pouco deste constante estranhamento do viver,,,

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Um email quase sempre é breve, por mais que seja pessoal e íntimo. Há um certo ar de pressa e superficialidade que, diversas vezes, erroneamente, associo a www.
Certa nostalgia, talvez, das velhas cartas escritas na Remington portátil [que o Seu Mateus e a D. Alzira me deram de presente quando fiz quatorze anos (meu pai, hoje em dia, com toda calma, escreve regularmente suas memórias naquela mesma máquina)]. Primeiro eu fazia um rascunho a mão, depois datilografava – com bastante calma, para não ter que recomeçar tudo de novo [que alegria não ter que ouvir mais aquele disparo, quando, em uma carreira, a máquina pulava alguns espaços e me fazia errar].

A paciência também era atributo essencial para não perder o fio da meada. Naquela época, minhas idéias (selvagens e vivas) precisavam de controle para que não me fizessem perder o caminho que delineara. Não tinham autorização para vagarem e errarem por lugares desconhecidos, sem curatela. Hoje (relativamente controladas, domesticadas e mortas), ela já podem sair de casa e procurar novos caminhos, pois, estéreis, quase nunca trazem riscos para mim ou para os outros.
Entretanto, já estava a perder o rumo, pois, afinal, o assunto era a pressa da escrita e a dificuldade de reservar um tempo para refletir e escrever com calma. O risco é que ao tornar-me rápido, seja também rasteiro: produzindo textos com pressa – afobação que relaciono a mídia (como uma forma de defesa) – e desespero. Aleem disso, existe o constante perigo de adesão ao “fast-thinking”, com a produção em massa de respostas prontas e padronizadas para problemas e questões originais.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

andarilhos na/da web

No momento em que uma onda anti-andarilhos e anti-moradores de rua parece começar a varrer a capital federal, na sala multimídia, da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), os computadores on-line estão a disposição dos usuários, independente de sua situação social.

Na segunda-feira passada, um andarilho dormia ao lado da marquise da BNB.

Horas depois, o mesmo andarilho destacava-se, devido aos seus longos cabelos dread, navegando nas ondas da web.

Na BNB, A única exigência é um número de cpf e rg, ou passaporte.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

"Em guerra contra mim mesmo"

Ao andar por Brasília – principalmente em meu percurso regular pela W3 sul, CONIC, Galeria dos Estados, Biblioteca Nacional e MPOG (bloco K) – minha tendência é pensar em algo mais prático e racional do que ficar observando (esquinas, becos, passarelas, mendigos, namorados, vendedores ambulantes, árvores, vitrines, etc).

Contudo, ainda estou “em guerra contra mim mesmo” para resistir e não descer, ou subir, ouvindo uma versão oralizada (ou seria emepetreizada?) da minha apostila de direito administrativo.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Piso flutuante

Uma idéia brilhante, um projeto falho, um execução desastrosa, será que essas afirmações contundentes simplificariam demais o périplo da construção do piso flutuante de mármore da sala multimídia da Biblioteca Nacional de Brasília?

Se a idéia era esta eu não sei, mas gostei de imaginar em uma biblioteca multimídia, um piso que se movesse ao andarmos. A idéia de leveza e fluidez que associo entre o conhecimento e a biblioteca cai bem nesse projeto de biblioteca.

No entanto, todavia, entretanto, o projeto parece não ter previsto a imensa necessidade de cabos e conectores de uma sala de multimídia com – quiosques e -- computadores.

Na execução, o piso que deveria ser leve e flutuante, tornou-se irregular e rangente. Tudo o que uma biblioteca necessita.

Uma biblioteca que leva o nome de Leonel Brizola. Será que algum dos jovens – que parecem estar na media dos 25 anos e que estavam na biblioteca acessando a internet, lendo revistas e estudando duro para concursos – sabe quem foi Leonel Brizola? Será que algum dos jovens atendentes, com uma media de idade que deve beirar os 18 anos, já ouviu ou leu algo que de ou sobre Brizola?

Alem dos rangidos e do nome, ha que se comentar também o acesso aos livros: não há. É uma biblioteca em que os usuários podem ver caixas e mais caixas empilhadas com livros, bem como obras raras, em estantes. Isto tudo dentro de salas com paredes de vidro. Um conhecimento inacessível.

Com o risco de cair em uma falácia, da relação entre forma e conteúdo, talvez a execução da idéia brilhante tenha refletido a obtuosidade de administradores públicos que ainda não conseguiram inaugurar uma Biblioteca Nacional em Brasília.

na area comercial da asa norte, scln 715 - 2nd version


Num estacionamento de área comercial da asa norte, SCLN 715, algumas árvores cortadas/podadas [fica difícil dar um nome a isso] chamam a atenção.

O Sr. Luis, que trabalha a mais de 15 anos no comércio local, disse me que a quadra era tranquila, os apartamentos geralmente ocupados por famílias e o comércio local bastante diversificado.

Contudo, todavia, entretanto, nos últimos tempos, um grupo de jovens ocupara o estacionamento, durante a noite.E faziam suas “artes e manhas”, e outras coisas sob as árvores.

A presença dos jovens incomodou os moradores e, para resolver o "problema", cortaram-se as árvores.

Nos últimos meses, segundo Rodolfo Borges, uma praça e coreto foram demolidos, em Águas Claras; parques localizados em entre-quadras, áreas públicas, foram cercados e trancados a cadeados por condomínios, no Sudoeste; moradores de um bloco, também no mesmo sudoeste, demoliram uma quadra poliesportiva (Correio Brasiliense, Cidades, p. 24, 10/01/2010). Essas ocorrências, e mais algumas ações de contenção e controle de áreas de convivência e circulação, por moradores, tornam-se cada vez mais comuns.

Na véspera de Brasília completar 50 anos, como os Brasilienses pensam sua comunidade de pertencimento? Proliferam apenas as comunidades formadas para a defesa de interesses específicos? .

a garca e o asfalto - 2nd



Após algumas horas dentro da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), com o ar-condicionado ligado na posição inverno, ao sair, o choque do calor e da luz cegante. Aos poucos, recuperando a visão, mais um estranhamento, uma garça ao lado da piscina entre a BNB e o Museu Nacional de Brasília. Na ânsia de fotografar tal idiossincrasia, meus movimentos alertaram-na e, antes que eu pudesse petrificar aquele momento, ela graciosamente voou em direção ao setor de autarquias.
Em http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/, Luis Nassif afirma que o Brasil carece de grandes interpretes na contemporaneidade. Eu sempre me faco uma pergunta: como surgiriam grandes interpretes, depois da fragmentação do conhecimento ditada pelo posestruturalismo/pos-modernismo, do fim dos meta-recits e do fim da historia. Ha, praticamente, interdição aas explicações.

O questionamento das verdades tidas como universais e das explicações totalizantes, praticamente inviabiliza, na academia (de onde os grandes interpretes do século XX falavam), a possibilidade de uma obra que procure delinear “os traços essenciais do país em cada época”.

Alguns pensadores europeus e norte-americanos almejaram uma explicação mais ampla, observando as variáveis culturais, políticas, econômicas, diplomáticas, sociais e antropologicas, a exemplo de Fredrick Jameson e Eric Hobsbawn. Marxistas, como o eram alguns dos grandes interpretes citados por Nassif.

Com o “fim da historia” e a “morte de Marx” ( pois a criança parece ter sido jogada fora com a água suja), fica difícil pensar em um modelo explicativo que deixe de tratar de questões isoladas (quer seja de gênero, étnicas, classistas). Um modelo que buscasse compreender a sociedade brasileira de forma complexa e transeccional.

Por mais que se pregue a transdisciplinaridade, ela parece não implicar em uma explicação, no mínimo, satisfatória da realidade material e simbólica que nos cerca.
Esperando um dia voltar a alcançar a perdição, viajo com destino.

Sem aguardar, sigo caminhos por tantos já Cruzados.

Prossigo, sem conhecimento de para onde as trilhas me levarão.

Se a cada vez o caminho difere, então, defiro.

Respeito regras tramadas, não resisto às leis, mas um dia, ah, um dia, dou uma guinada de 180º.

Flanarei, escândalos a parte.


Vander Resende - 4/3/2008, em http://vanres.blogspot.com/

Eu teclo

Em plena praça de alimentação do ----- -----, com um movimento ensurdecedor ao meu redor, eu teclo.
Instiga escrever neste caos: é inspirador.
Isso,enquanto converso com minha mulher, em Minas Gerais, pelo celular. Alem disso, faço pesquisas na internet banda larga de alta qualidade, que esta ao dispor dos usuários do --------.
O que mais eu posso querer em termos de mobilidade, usabilidade, acessibilidade, portabilidade e conectividade (e todos aqueles outros princípios das novas redes) do que um netbook, de 1,1 kg, nessas condições. Embora não deixe de considerar os riscos de segurança, tanto de rede, quanto física (estas nas redondezas do shopping).
Caso eu me programe (e não proibam que eu use este espaço para escrever minhas crônicas brasiliandando), poderei fazer minhas pesquisas, aqui.. Pela manha, em dias de semana, essa área de convivência deve ser mais calma.

Ahan, já sei do que eu preciso agora: um HD de uns 320 GB (USB – removível), que me possibilite efetuar downloads a alta-velocidade e armazenar milhares de arquivos, que, infelizmente, o HD de 4 GB do eeepc (netbook), nao me permite.

Ops, me enganei, já que a denominação não é área de convivência, mas praça de alimentação. E ponto.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Juremir Machado

Juremir Machado da Silva, um cronista de grossa estampa, do "Correio do Povo", é um dos meus escritores preferidos na atualidade. Suas crônicas geralmente anunciam uma mente sagaz, que corta como uma navalha enferrujada.

E em uma de suas ultimas crônicas ele conseguiu se superar. Atacou a tudo e a todos, com afirmações twitterianas e contundentes (que me lembram muito de Zaratustra).

Cada uma poderia se desdobrar em um ensaio ou mesmo livro, tanto por aqueles que concordariam com seus argumentos, quanto, principalmente, por aqueles que, no mínimo, discordam.

Não vou me alongar, pois pretendo retomar algumas em outros momentos. Contudo, aquele em que afirma a diferença entre o machista e avara, merece ser apresentada:

“Machista e avara: a diferença entre um homem e uma mulher é cada vez mais simples: a mulher quer olhar mesmo quando não pode comprar; o homem não quer ver mesmo quando pode adquirir.”

Por mais que a “chamada” seja o “Machista” e a “Avara” (e se utilize o artigo indefinido [embora o uso que Machado faca do Avara talvez coloque por terra todas as colocações que faço abaixo]) a carga de generalização e de “universalização”, quanto aos papeis de gênero, expressam a certeza que aqueles conservadores e reacionários, que Machado tanto critica, apregoam aos 2 (dois) ventos.

São daquelas pequenas certezas universais que naturalizam as diferenças e criam binarismos e dualismos entre homem e mulher, machistas e feministas, avaros e esbanjadores.

Em tempos de incertezas, (pos-modernos, pos-coloniais, pos-feministas, pos-estruturalistas) tudo aquilo de que precisamos são absolutos e universais.

Mesmo com essas, e outras, Machado é um daqueles escritores que merecem ser lidos e discutidos. E escrever essas notas, que distoam um pouco da tonica cotidianesca de meu blog, me enchem de prazer. Espero poder contar com criticas que se querem construtivas, como esta que aqui faço. E, se após lerem o próprio Machado, que espero um dia poder chamar de Juremir, discordarem de minhas leituras e postarem seus comentários neste blog, meu trabalho terá valido a pena.


http://www.correiodopovo.com.br/Opiniao/?Blog=juremir%20machado%20da%20silva

(Nos reservamos o dever de não colocar foto)

Uma mulher – com um bebe de menos de 1 ano – pedia esmolas num semáforo da w3 com CLN 510, ao lado do Carrefour. Isso as 11 h da manha de sábado passado, um dia em que o sol de Brasília estava “rachando mamona”.
Eu ainda pensei se deveria dar o guarda-chuva (com que me protegia do sol escaldante e que havia comprado por 3 “real”, na Galeria Pajé, em São Paulo) para que ela pudesse se proteger um pouco e a criança, enquanto ela andava entre os carros e eu no passeio.
(falta revisao, pois meu netbook eh um saco para acentuacao)

Ai! Que preguiça!

Sempre acho que faltam partes essenciais de alguns livros em versões cinematográficas (embora não compartilhe da opinião de que o cinema não consiga transpor para a telona a força da literatura), como aquela de um dos Hobbits [pesquisar: no primeiro dos grandes livros do T., o nome do Hobbit; direitos autorais espirados, mas será que alguém já transformou em marca registrada. Se não, tai a opção] que, ao sair do Condado, questiona: “mas quando será o segundo café da manhã” [conferir e transcrever de acordo com a tradução].
A nutricionista me disse que eu deveria fazer lanches entre as refeições, e não vacilei em seguir seus sábios conselhos.
Ainda bem que não tenho só o segundo café, mas, geralmente, ate um terceiro – sem contar os lanches intermediários da tarde e da noite.
Entretanto admito que indo contra minha natureza de mineiro do interior, luto a quase 15 anos parar de jantar aquela “mexidinha” (do tipo que a Dona Alzira fazia, lá pelos meados dos anos 1990, em Lafaiete).
Mas, voltando a sapiência da nutricionista, que tal uma programação alimentar destas – de que eu sou o único responsável, ela realmente não tem culpa do monstro que acordou.

5 h – Pão na frigideira, torrado no azeite, com queijo Catiara ou mussarela. Um copo de chá preto ou mate, com dois dedos de leite e adoçante (argh!, não vou falar mais sobre esse chato que acompanha o meu dia e me faz poupar algumas calorias, para gastar com coisas mais interessantes).

8 h - Iogurte Activia ™, 100 ml, com um pouco de leite, duas colheres de granola sem açúcar (do mercado municipal de SJDR [preciso lembra de pedir mais para a Mirian, pois já esta acabando]), com uma fatia de pão integral Multigrãos ™, e um pedaço de mamão.

10h00 – Uma barra de cereais, de preferência Trio ™ light (enquanto faço minha caminhada diária de ida para o serviço).

12h – Uns R$ 3,50 a 4,50 de almoço, no restaurante do bloco K (R$8,47 o KG, nem daa para acreditar no preço [se bem que a feijoada de sexta tava com muito caldo e pouco feijão, muita orelha e focinho e pouca carne seca e calabresa, mas quem pode pedir mais por um preço tal convidativo]).

(a longa pausa após o almoço é para fazer a digestão (em Minas, ate o mês passado, eu costumava tomar um leite com angu, as 14h, depois da siesta).

16h05m – um chá ou de camomila, ou canela e mais duas fatias do integral Multigrãos ™, com um pedaço de ou mussarela, ou Catiara, uma fatia de tomate e cebola (uhn!).

18h05m – um cafezinho, com alguns biscoitos água e sal, Levissimo ™, de preferência.

20h15m – uma banana prata (para agüentar o tempo de chegar em casa, tomar banho e ligar pra Mirian[vou ter que comer algo mais “sustentoso”, no segundo lanche da tarde).

21h – repito o café da manhã, mas no lugar do chá eu tomo o suco de uma laranja ou de meio maracujá (sucos naturais, fique bem entendido!) [Embora tenha feito ou uma sopa de legumes com creme de leite, ou uma sopa pronta Vitalie ™, de champignon com parmesão, para variar um pouco, nos últimos 4 dias).

24h – não faço Ceia, mas me acostumei a dar uma fugidinha para tomar um copo de chocolate quente, da Nescau ™, com um pão, da padaria do Big Box ™, da 503 Sul.

Ai é só deitar e dormir o sonodos diabinhos!
hehehe.

“Meu ritual de amor preferido”: “Comer, comer! Comer comer! É o melhor para a barriga crescer, ...”

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

um momento em que silencio


Do meu quartículo, acordo com o barulho das folhas. Esta manhã ficarei até mais tarde na cama, 6h, só para ouvir o farfalhar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


Numa área comercial da asa norte, 715, algumas árvores cortadas me chamaram a atenção.

Curioso, conversei com o Sr. Luis, que trabalha a mais de 15 anos no comércio local. Disse que a quadra era tranquila, os apartamentos geralmente ocupados por famílias e o comércio local bastante diversificado - como eu comprovara em minhas andanças.

Contudo, todavia, entretanto, nos últimos tempos, um grupo de jovens estivera ocupando o estacionamento, durante a noite, e ficavam sob as árvores.

A presença dos jovens incomodou os moradores e, para resolver o "problema" da presença de visitantes indesejados, cortaram-se as árvores.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

a garça e o asfalto


Numa manhã de domingo, após algumas horas dentro da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), com o ar-condicionado ligado, o choque do calor e da luz cegante ao sair. Aos poucos, recuperando a visão perdida, mais um estranhamento, uma garça na piscina entre a BNB e o Museu Nacional de Brasília. Na ânsia de fotografar tal idiossincrasia, meus movimentos alertaram-na e, antes que eu pudesse petrificar aquele momento, ela graciosamente voou em direção ao setor de autarquias.