domingo, 17 de janeiro de 2010

Piso flutuante

Uma idéia brilhante, um projeto falho, um execução desastrosa, será que essas afirmações contundentes simplificariam demais o périplo da construção do piso flutuante de mármore da sala multimídia da Biblioteca Nacional de Brasília?

Se a idéia era esta eu não sei, mas gostei de imaginar em uma biblioteca multimídia, um piso que se movesse ao andarmos. A idéia de leveza e fluidez que associo entre o conhecimento e a biblioteca cai bem nesse projeto de biblioteca.

No entanto, todavia, entretanto, o projeto parece não ter previsto a imensa necessidade de cabos e conectores de uma sala de multimídia com – quiosques e -- computadores.

Na execução, o piso que deveria ser leve e flutuante, tornou-se irregular e rangente. Tudo o que uma biblioteca necessita.

Uma biblioteca que leva o nome de Leonel Brizola. Será que algum dos jovens – que parecem estar na media dos 25 anos e que estavam na biblioteca acessando a internet, lendo revistas e estudando duro para concursos – sabe quem foi Leonel Brizola? Será que algum dos jovens atendentes, com uma media de idade que deve beirar os 18 anos, já ouviu ou leu algo que de ou sobre Brizola?

Alem dos rangidos e do nome, ha que se comentar também o acesso aos livros: não há. É uma biblioteca em que os usuários podem ver caixas e mais caixas empilhadas com livros, bem como obras raras, em estantes. Isto tudo dentro de salas com paredes de vidro. Um conhecimento inacessível.

Com o risco de cair em uma falácia, da relação entre forma e conteúdo, talvez a execução da idéia brilhante tenha refletido a obtuosidade de administradores públicos que ainda não conseguiram inaugurar uma Biblioteca Nacional em Brasília.

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